sexta-feira, 16 de março de 2007

Projectos

Ganhe quem ganhar a disputa para a liderança do CDS, para mim as coisas pouco mudam. Não sou militante do CDS, não tiro partido pessoal nenhum com a vitória deste ou daquele. Ao contrário de outros não preciso nem de um nem de outro para fazer a minha vida. Nem Portas nem ReC são a minha bóia política...
No entanto a visão que Portas traz é a que mais me promete para o futuro. E eu gostaria muito de ver no CDS defendidas ideias que me pareçam levar mais longe este país. É que isto de andar de volta dum partido, a dada altura é como um clube de futebol. Eu quero que os meus ganhem, mas também quero que sejam os que jogam melhor. E quero que seja o CDS a defender aquilo em que eu acredito. Senão tinha ido para outra feguesia, pregar a quem quisesse. (Não deixa de ser irónico mas o que me trouxe para os lados do CDS foi o livro de Freitas do Amaral sobre o 25 de Abril. Acreditei, e continuo a acreditar, que entre o 25/4/74 e o 25/11/75, o CDS foi o único partido que se portou decentemente. Também por isso aplaudo a reposição da foto de Freitas do Amaral na sede, onde deve estar com todos os ex-presidentes.) Além disso noto claramente que é mais difícil trazer novos jovens para a JP desde que ReC é líder.
Já vos deixei aqui algumas ideias, e nem todas são compatíveis com o que já se publicou neste blogue. Mas estar num partido também é isso. É saber que só haveria um partido que nos satisfaria totalmente: aquele em que nós mandassemos, fossemos presidente, tesoureiro e militante. E eleitor - único. Participar num partido político é aceitar que podemos ceder aqui e ali para vermos outros ceder acoli e acolá e criar uma base de trabalho que maximize as vontades de todos. E admito que nem todos conseguirão trabalhar nessas condições, mas é a única forma que vejo para trabalhar na melhoria do nosso país.
Nesse sentido, não sou entusiasta de "políticas de família", por exemplo. Porque acho que cada uma deve viver a sua vida como muito melhor lhe convém, e o Estado não tem nada que andar a encorajar estilos de vida em detrimento de outros. Também não sei bem que achar de políticas de juventude. As que conheço são redutoras e apenas tentam corrigir - e mal - aquilo que o Estado faz mal noutras áreas. Se se flexibilizassem os despedimentos e se se acabasse com a lei das rendas, os jovens estariam muito melhor. Não seriam precisas certas políticas (populares, é certo) para beneficiar os jovens.

Seja como for, vivo bem com outras formas de pensar esta ou aquela área da vida. Não prescindo, evidentemente, de uma base: liberdade, individualismo (entendido como o dever de respeitar o projecto individual de vida de cada um, e não como um projecto de vida de isolamento social), economia aberta e justiça rápida.

De qualquer maneira, gostaria que Portas ganhasse por ser o melhor projecto, e não por o outro ser pior.

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