segunda-feira, 12 de março de 2007

Directamente

Quando Paulo Portas anunciou o seu regresso deixou logo uma novidade: era por eleições directas que queria disputar a liderança do CDS.
Teve graça ver quem se opôs e quem apoiou, face às posições do passado. Mas indepentemente disso, logo ouvimos as vozes do campo de ReC a reclamar a ilegalidade de tal acto. Mais, Portas estaria a pressionar os órgãos do partido a cometer essa mesma ilegalidade.
Espanto dos espantos, o Conselho Nacional de Jurisdição (órgão acima de qualquer suspeita de "Portismo" - ou "Castrismo", como convém) decidiu por unanimidade que as directas podem ser feitas, e ser legais. Evidentemente que falamos duma decisão jurídica. Cabe aos órgão políticos do partido decidir se politicamente apoiam essas eleições. Nem se percebia muito bem como poderia ser de outra forma, depois das directas de 2005, marcadas ad-hoc pelo Conselho Nacional.
Pois bem, com a questão legal tratada, que dizer politicamente de eleições directas, neste momento da vida do partido? Parece-me que elas são boas agora pela razão que seriam em 2005: dão uma legitimidade acrescida a quem as vencer, tiram o pulso ao partido e mobilizam o debate com as bases. Era isso que ReC queria em 2005, mas evidentemente que isso não se faz com umas directas com um candidato. Na altura, mais valia não ter havido - custou dinheiro e foi um bocado patético. Hoje servem para dar, a quem ganhar, a certeza dos números: quantos estão prontos para o combate político ao lado da futura direcção.

Mas esse combate é no presente, não em 2009.

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