terça-feira, 20 de março de 2007

Desenvolvimento saudável.

A realidade partidária portuguesa é composta por dois tipos de partido: os partidos inflexíveis, no que concerne ao pilar doutrinal, e os partidos residuais, onde coabita toda uma panóplia de tendências ideológicas, mais ou menos assumidas. Não creio que qualquer uma destas classes seja condenável. Ambas são válidas, necessárias e mutáveis no tempo. O que as distingue é, tão-somente, a vocação pré-eleitoral para constituir Governo.

O CDS-PP faz, actualmente, parte da primeira classe descrita. É um partido apegado a bandeiras, agrilhoado a princípios doutrinários inflexíveis e dotado de terminologia própria.

A pergunta que muitos tentam colocar passa por saber se o CDS se encontra na classe certa. A esses respondo que “sim, está”. Ainda assim, se a pergunta fosse posta ao contrário, ou seja, se me perguntassem se o CDS pode e deve aproximar-se do segundo tipo, eu responderia afirmativamente também. As nossas bandeiras nunca o deixarão de ser. A tolerância para com aqueles que pensam de forma semelhante à nossa é que é a chave para a minha resposta afirmativa à segunda questão.

Sejamos claros; o CDS tem tão bons militantes como qualquer outro partido. Mais, o CDS tem melhores militantes que os outros partidos. Grande parte dos rostos mais reconhecidos do Partido são-no, pela simples razão de que já deram provas inequívocas de competência no seio da sociedade civil. Desta forma, creio que o CDS tem o dever de atrair para junto de si cada vez mais pessoas que tenham o seu valor afirmado no meio extra-partidário. Paulo Portas dixit na entrevista a Judite de Sousa na RTP1.

Para cumprir este desígnio, jamais poderá o CDS continuar a trilhar o caminho da inflexibilidade minoritária. Há que instituir a tolerância dentro do Partido. Há que receber aqueles que pensam Portugal caminhando nos caminhos próximos de nós com os braços abertos. Há que conservar aqueles que connosco sempre lutaram pelas nossas bandeiras tradicionais. Há que dotar o CDS da bagagem para ser aquilo que merece ser: O Grande Partido do Centro-Direita em Portugal!

Sem comentários: