terça-feira, 10 de abril de 2007

Ruído interno

Uma vez que o Dr. Ribeiro e Castro tem falado tanto de ruído interno, como tentativa de explicar a sua inequívoca má prestação enquanto líder do CDS/PP, importa desde logo que se lhe coloquem uma série de questões:
- Foi por causa do ruído interno que não saiu de Bruxelas e veio para Lisboa, para assim governar mais directa e proximamente o partido?
- Foi por causa do ruído interno que interrompeu o seu mandato enquanto presidente do CDS/PP, convocando em 2006 um congresso de onde saiu ainda mais fraco?
- Foi por causa do ruído interno que não concorreu a nenhuma autarquia nas eleições autárquicas de 2005?
- Foi por causa do rúido interno que não estabeleceu compromissos com o Grupo Parlamentar e não fez um conjunto de reuniões periódicas com a liderança parlamentar?
- Foi por causa do ruído interno que chamou banda aos deputados à assembleia da república democraticamente eleitos pelo CDS/PP?
- Foi por causa do ruído interno que não autorizou que fossem feitas eleições para a liderança do Grupo Parlamentar, que iam eleger o Dr. Telmo Correia?
- Foi por causa do ruído interno que em mais de 2 anos nunca pediu um debate público com o primeiro-ministro?
- Foi por causa do ruído interno que, hoje, os Portugueses não associam uma única bandeira que seja ao CDS/PP?
- Foi por causa do ruído interno que foram demitidos delegados distritais que não pensavam como o Dr. Ribeiro e Castro?

Queixa-se o Dr. Ribeiro e Castro sistematicamente do Dr. Paulo Portas, como se este fosse a fonte de todo o mal. Mas a verdade é que, neste ultimos 2 anos, o Dr. Paulo Portas foi a todos os locais onde foi solicitada a sua comparência, participou em todas as campanhas e em todos os momentos da campanha pelo Não ao referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez.

Mesmo ao nível da proximidade às estruturas locais, e isto na perspectiva de uma concelhia de tamanho médio como aquela a que presido, o Dr. Paulo Portas enquanto presidente do partido sempre nos deu um apoio muito mais efectivo que o Dr. Ribeiro e Castro, tendo-nos ajudado muito mesmo após a sua saída da presidência do CDS/PP, enquanto militante e deputado.

Portanto, já se viu que a haver ruído a fonte do mesmo não será seguramente a que o Dr. Ribeiro e Castro aponta. Gostava, sinceramente, que a campanha mudasse de tom, e que não fosse apenas o Dr. Paulo Portas a falar para fora, criticando justamente o mau governo que temos. Gostava que o Dr. Ribeiro e Castro também fizesse o mesmo, deixando-se de lamúrias e elevando assim o nível da campanha.

Porque assim, quem sairia a ganhar era o CDS/PP!

João Pedro Gomes
Presidente da Concelhia de Torres Vedras do CDS/PP

2 comentários:

Miguel Brito Valentim disse...

João discordando absolutamente de tudo o que mencionas-te, não quero perder a oprtunidade de te dizer que a elevação do nível da campanha, não está em põr os olhos lá fora, mas cá dentro! Primeiro arrumamos a casa, depois vem o País.
O Dr. Paulo Portas, a julgar pelo seu documento de orientação política e pelas suas mais variadas assim não o pensa. Estamos portanto em profundo desacordo.

Maria Machado disse...

Por acaso acho que o post está bem bom.
Mig, tem toda a logica "Primeiro arrumamos a casa, depois vem o País"...mas já constou pelos antecedentes, que "arrumar a casa" é uma tarefa ardua e nem sempre bem recebida. Torna-se por isso mais irrelevante. Vamos ficar "bater bolas" ate ás eleições? ...ou ate tempo indeterminado? deixariamos escapar o essencial para o pais.
Realmente acredito que numa altura destas, ignorar as divergencias e seguir em frente, é o melhor.
Deveriamos ter um PP que apesar das divergencias opcionais, fosse unido...não temos. Mas penso que mais do que aqui ja foi dito sublinhando essa impostancia, daria talvez um toque de condescendencia de qualquer uma das partes, o que poderia ser mal interpretado.
Vamos aguardar, tranquilos, com calma que tudo se oriente.
Muitas vezes, acalmar quem vive dentro da casa, faz com que se produza menos confusão para depois "arrumar"...