domingo, 8 de abril de 2007

Atirar areia para os olhos

Sobre as eleições legislativas de 2005 dr. Ribeiro e Castro diz:

Foi o pior resultado para a direita e o centro-direita desde 1975.

E a culpa disto foi do dr. Paulo Portas ? Não terá sido do maior partido político à direita da Assembleia ?

E mesmo assim será que o mesmo se traduz em decréscimo da percentagem eleitoral do Partido Popular ?

Uma visita ao site da CNE dá-nos a informação que o pior resultado para o CDS foi nas eleições de 1987 durante a liderança do Doutor Adriano Moreira (4,4 %).

De facto o maior acréscimo de eleitores do PP em tempos recentes surge com Manuel Monteiro em 1995 com 9% do eleitorado. Senhor que em tudo se diferencia do dr. Ribeiro e Castro.

Não há uma única conclusão definitiva sobre uma possível relação causa-efeito no que toca a liderança do CDS e ao seu eleitorado. Adriano Moreira era conservador, Lucas Pires era liberal, Manuel Monteiro era euro-céptico.

Conclusão: Esta frase é uma generalização ridícula se o objectivo for atribuír culpas a Portas.

4 comentários:

michael seufert disse...

Estou convencido que Portas produziu uma importante tranferência de votos: dum voto conservador e rural, para um voto jovem e urbano. Sem que se possa perder de vista o voto rural, é certo que é importante captar o voto urbano.
Resta consolidá-lo e fazer crescer a base de apoio entre os jovens, algo que, penso, ReC não conseguirá.

João Pedro Gomes disse...

Exactamente. Concordo com o Micha na análise que ele faz. No entanto, o que faltou foi a manutenção do nosso eleitorado conservador e rural. Penso que a campanha poderia ter sido direccionada também para eles, e assim teríamos conseguido atingir a fasquia dos 10%.

Quanto à afirmação de Ribeiro e Castro, nada me espanta. É óbvio que ele iria utilizar este argumento. Quando se está de cabeça completamente perdida dispara-se em todas as direcções e por vezes sem sentido nenhum. É o que está a acontecer. Mas RC pertenceu às Directivas de Portas. Não teré tido também responsabilidade nalguma coisa que tenha falhado?

A diferença é que com Portas tivemos 7,6% em 2005, num cenário difícil para nós, porque saímos prejudicados pelo facto de termos pertencido à bandalheira de governo (por parte do PSD) de Santana Lopes, que figurará nos anais da história como um dos piores primeiros ministros da Europa. Com Ribeiro e Castro, não teríamos mais do 3%, o que felizmente nunca viremos a saber ao certo porque faltam 13 dias para ele abandonar a liderança do nosso partido...

The quiet gentleman at the corner disse...

A questão é que as ambições do eleitorado jovem e urbano e do eleitorado rural são frequentemente díspares. Como podemos falar a duas vozes ?

michael seufert disse...

Podíamos ocmeçar por explicar às pessoas que há políticas que lhes permitem ficar com mais dinheiro ao fim do mês. Que há políticas que garantem que o dinheiro colectado numa região é gasto nessa região, e não em Lisboa. Se calhar defendendo essas políticas, possamos agradar a todo o Portugal.